Enfim, mas o que isso tem a ver com a temática proposta aqui? Não haveria nada à primeira vista, também creio. No entanto, acabei me pegando num emaranhado de reflexões, somadas a minha incerteza quanto ao rumo deste blog (inclusive um motivo para ter passado semanas sem nada de novo), que me levaram especialmente a um ponto: por que tantos veem a crítica na arte somente através das formas que tem suas mensagens explícitas?
Sim, existe na cultura e na arte um vasto acervo que pode me provar o contrário. Grandes obras da literatura, da música, das artes plásticas, do teatro (guardo sempre um carinho especial por Brecht)... mas será mesmo que o político e o social estão na cultura como nas lindíssimas canções de John Lennon? Como nos versos de Maiakovski e nas fotografias de Sebastião Salgado? Talvez eu esteja soando meio avoado, mas a questão é: a que ponto a mensagem explícita está acima da interpretação que o espectador faz?

Depois deste emaranhado louco de pensamentos sobre a cultura e a arte, retorno para minhas referências iniciais: o livro de Nelson Motta e a temática do blog. O pensamento que me veio a cabeça ao correlacionar com o que estava pensando sobre a 'crítica explícita' foi: será mesmo que a cultura parece estar distante assim da crítica? "Força Estranha", por exemplo, não é uma publicação de crítica social e adota um tom bem-humorado e leve em crônicas curiosas. No entanto, não consigo deixar de pensar que histórias do cotidiano ou de situações inusitadas têm um potencial enorme para nos fazer refletir sobre o que vivemos, como vivemos e se estamos em um rumo correto.
A quem se aventurou a ler todo esse brainstorm, parabéns. Por que não fazer isso sempre? Observar as formas de cultura e arte com um olhar crítico? Tenho plena certeza de que seria bastante benéfico para uma mudança de consciência generalizada.
Aproveito e completo com a belíssima frase de Eleanor Roosevelt que li somente ontem, mas que me marcou: "Grandes mentes discutem ideias; mentes medianas discutem acontecimentos; mentes pequenas discutem pessoas". Vamos tentar ser grandes mentes? Vale pra mim também!