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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Extremos

A exposição “Extremos: fotografias na coleção da Maison Européene de la Photographie – Paris” foi exibida no Instituto Moreira Salles, na Gávea, desde o dia 11 de junho e se estendeu até o dia 28 de agosto. A mostra exibe dezenas de imagens fotográficas que faziam a representação de diversas situações extremas de episódios da história, retratando as sociedades, os indivíduos, os hábitos e costumes destes no passar nos últimos sessenta e cinco anos, retratadas através das fotografias de vários grandes nomes da fotografia mundial. As fotografias exibidas poderiam ser encaradas como ícones de situações extremas, retratando formas de enxergar o belo entre várias temáticas contemporâneas. Também é encarada de frente a questão do que há de pior na sociedade dentro de uma coletânea que retrata esses extremos ao qual o título da exposição se refere.

Dentro do próprio período de onde foram tiradas as fotografias que integram a exposição, várias transformações radicais ocorrem no mundo que alteraram a forma de enxergar a cultura, as comunicações, as inovações tecnológicas, entre outros mais. Isso tudo acabou influenciando na forma de encarar a fotografia como arte. Uma das imagens mostra dois bebedouros em paralelo: um onde brancos bebiam água gelada, outro onde negros se serviam de água na temperatura ambiente. Logo no princípio da exposição, o espectador é recepcionado por uma imagem de uma criança recém nascida, ainda suja de sangue, retratando o nascimento. Uma série de imagens interessantes brinca com a iluminação até metamorfosear o homem no cosmos, passando uma ideia de mutualidade, de estar inserido e ao mesmo tempo ser.

A mostra possui um teor bastante forte em determinados pontos. A realidade humana era confrontada em imagens chocantes como a fotografia “Dog man, man dog”, onde eram apresentados tanto cão quanto homem submetidos às mesmas condições degradantes de vida. A guerra foi outro ponto muito tocado, – e não poderia realmente ser diferente, levando em conta o período histórico onde a exposição estava inserida – com retratos de extrema devastação e de ainda sim sobrevivência humana. Sobrevivência humana à sua própria humanidade. A beleza das fotos poderia ser ofuscada em alguns momentos pelo teor dramático delas, que por vezes causam certa repulsa ao confrontar o visitante, por exemplo com pulsos perfurados.

Afinal: o que é o belo, o que é o sublime?

Extremos está no IMS de São Paulo, atualmente. Vale a pena conferir.
Aliás, http://ims.uol.com.br.

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